Diferença entre Calibração e Range

Calibração:

É o processo de comparação entre as medições de um instrumento de teste (instrumento a ser calibrado) e um instrumento padrão de referência, sem alterar o desempenho do instrumento testado. A calibração simplesmente verifica se o instrumento está medindo dentro de seus limites de tolerância especificados.

  • Exemplo: Um termômetro é testado contra um padrão para verificar se a temperatura exibida está de acordo com os valores reais.
  • Resultado: Um relatório de calibração, indicando os erros encontrados em diferentes pontos de medição.

Em resumo a calibração é apenas processo comparativo entre um equipamento em relação a um equipamento que tenha características superiores de precisão e repetibilidade que esteja certificado por uma entidade confiável.

Ajuste:

É o processo de alteração ou configuração do instrumento para corrigir os erros identificados durante a calibração, de modo que suas medições estejam de acordo com as especificações.

  • Exemplo: Após identificar um erro de 2 °C em um termômetro, os ajustes são feitos para que ele leia corretamente.
  • Resultado: O instrumento é ajustado para medir de forma precisa.

Por que é importante separar os conceitos?

  • Nem toda calibração resulta em um ajuste. Se o instrumento estiver dentro dos limites aceitáveis, não há necessidade de ajustá-lo.
  • A calibração é um processo de medição e comparação, enquanto o ajuste é uma intervenção técnica para corrigir o desempenho.

Ainda é muito importante ressaltar que após a realização de mudança de “range” ( faixa de medição) o equipamento/instrumento seja novamente calibrado para validar e garantir a confiabilidade de sua operação.

Entenda e importância da recalibração após mudança de faixa

Reconfigurar a faixa de um instrumento, ou “re-rangeá-lo”, consiste em ajustar os limites inferior e superior da faixa de medição do dispositivo para que ele responda de forma precisa e adequada às variações de entrada dentro de uma nova faixa desejada. Esse ajuste é essencial para adequar o desempenho do instrumento às condições alteradas de processo, garantindo medições confiáveis.

Por exemplo, considere um transmissor de pressão originalmente configurado para operar em uma faixa de 0 a 200 PSI, onde 0 PSI corresponde a uma saída de 4 mA e 200 PSI a uma saída de 20 mA. Se as condições do processo mudarem, esse transmissor pode ser reconfigurado para operar em uma nova faixa, como 0 a 150 PSI, mantendo a mesma relação de saída (0 PSI = 4 mA; 150 PSI = 20 mA). Essa reconfiguração permite que o instrumento continue a medir com precisão dentro dos novos parâmetros operacionais.

Nos instrumentos analógicos, a reconfiguração da faixa frequentemente exigia uma nova calibração, pois ambos os processos utilizavam os mesmos ajustes internos. Já nos instrumentos digitais, calibração e reconfiguração de faixa geralmente são ajustes independentes. Isso significa que, em muitos casos, é possível ajustar a faixa de operação de um transmissor digital sem realizar uma calibração completa.

Entretanto, é importante observar que essa prática nem sempre elimina a necessidade de uma calibração, especialmente em equipamentos que utilizam sensores mecânicos, como transmissores de pressão de diafragma ou vibratórios. Sensores mecânicos estão sujeitos à fadiga ao longo do tempo, o que pode causar desvios que afetam o desempenho em certas faixas de operação, mesmo que estejam precisos em outras.

Assim, após reconfigurar a faixa, recomenda-se realizar uma calibração completa para verificar tanto os valores de entrada quanto os de saída em toda a nova faixa operacional. Isso garante que o instrumento esteja funcionando de forma consistente e precisa em suas condições de trabalho específicas.

Portanto, compreender a diferença entre calibração e reconfiguração de faixa é essencial, mas também é fundamental avaliar as limitações e características específicas do instrumento. Essa abordagem holística assegura que o desempenho do equipamento atenda às exigências operacionais, minimizando riscos e garantindo a confiabilidade do processo.

Procedimentos para calibração de instrumentos – Dicas de Instrumentação

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